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Brendan Smialowski/ AFP - do Site Uol Noticias |
“O americano já mandou gente
pra lua
O russo é muito bom, mas
agora está na sua
Até o meu Brasil, já lançou
foguete ao ar
Disseram que Cuba lança, eu
quero é ver Cuba lançar
Nas grandes potências, dou
valor e acredito
O meu Brasil é grande e por
isso fez bonito
Agora o cubano começou a
anunciar
Que vai lançar foguete, eu
quero é ver Cuba lançar.”
As grandes potências
Zé Duarte
Nenhum prognóstico resiste a
um míssil.
Edilson Nunes dos Santos Júnior
Neste último despretensioso post antes do Natal, além claro,
de desejar aos leitores uma ótima celebração, comento como tantos analistas
esperam essa época para colocar cartas na mesa, jogar seus búzios (imagino
quanto não seria uma consulta com o Obama para ler sua mão) e tecerem todas as
previsões para o ano que vem. As revistas de fofoca fazem isso com as
celebridades e as outras com temas “relevantes”
.
.
Metodologicamente, o tal “futuro que a Deus pertence”
pertence também a quem escrever sobre ele. Mas a academia tem um problema com
esse tipo de análise, com muito fundamento, diga-se de passagem. Mesmo as teses
que apresentam modelos matemáticos com muitos números e formulas usam, em
geral, casos do passado. Nem a meteorologia é tão confiável. Como confiar nos
nossos cientistas políticos, economistas e relações internacionais? Mas, a
quanto tempo o homem está debruçado sobre o seu passado para prever o futuro? O
que importa de fato o passado? Como prever o futuro? Questões que, obviamente,
só estou levantando.
Maquiavel escreveu algo como “caminham os homens por
caminhos já traçados”, mas seu desfecho de vida não foi muito auspicioso.
Talvez seu cavalo Médici não tenha sido uma boa escolha. Talvez tenha sido a
melhor – Maquiavel entraria para a história e para o rol dos “pais” e dos que conseguiram
fazer um manual de procedimentos do governante eficiente, até como precursor clássico
das relações internacionais. Foi chute ou ele sabia?
O fato é que fui longe para comentar que Papai Noel, que por
hora recebe o nome de Francisco, tem agitado as “redes-socialistas” (adorei a
definição da Folha para o Facebook – e também a capa da Veja... imaginação
sem fim), não sem razão... e parece ter antecipado um presentinho... se foi
para Cuba e seus Castros ou se foi para o próprio Obama o futuro dirá...
O fato é que Obama conseguiu realizar em um mês duas
aproximações notáveis do ponto de vista de sua política externa, uma foi
englobar a China em torno de um “compromisso” sobre alterações no seu padrão de
emissão de gases poluentes. A outra é a questão “walking dead” de aproximação à
Cuba, que Obama trouxe em um histórico discurso... sim... discurso...
Certamente para nós analistas, incluindo quem vos fala que adora uma análise de
discurso por mais inocente e otimista que a fala possa parecer, o discurso é
parte integrante de uma cadeia de ações que iniciam ou desembocam de negociações
(no caso dos EUA secretíssimas, tanto com Cuba, quanto com a China) e revelam
(há ressalvas) mais ou menos três feições: desejos, expectativas mais concretas
e linhas de ação. Quando o que se fala é oficializado em texto de um acordo ele
fica mais bonito ainda.
Como se sabe, em novembro, os democratas perderam o Senado e
continuaram sem a Câmara. E alguns analistas agora veem nessas duas ações posteriores
cartadas guardadas para não afetar aquelas eleições de meio de mandato. Guardadas...
e retiradas quase ao mesmo tempo? Estranho, não?
Se foi assim tão precavido, Obama deve imaginar que o futuro
será combativo para derrogar o embargo no seu alheio Congresso (leia em tom
Folha: “e esses socialistas de plantão já comemorando”). Deve, porém, estar nas
contas do governo esses movimentos, tanto quanto a necessidade de fazer de sua
estadia na Casa Branca um marco por algo além do que a morte do Bin Laden.
O certo é que, dirão alguns, tudo se insere em um movimento
maior de disputa hegemônica. Eu prefiro pensar que é melhor todo mundo comendo
no mesmo prato, de preferência que eu tenha feito a comida – óbvio que isso não
altera a disputa em si. É mais fácil para controlar um amigo amarrado do que um
inimigo, ou não?
E o futuro de Obama? E o futuro do capitalismo? E o futuro
da China? E o cazzo (diria um professor)!?
Deixarei para outros responderem. Tomara que não ocorram mísseis
no caminho.
Mudando de assunto... no espirito natalino...
O presente que o Brasil precisa hoje, de uma mesma estrutura
que é o Congresso, é a cassação do sr. Jair Bolsonaro...
Papai Noel, vê se o sr. tem esse presentinho aí!
Boas Festas!
P.S: Esclarecendo: o autor deste post usa a rede-socialista
Facebook...
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